sábado, 22 de junho de 2024

Xaman eyes

Esta tambem, de 5 anos atras.

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Na madrugada, o reflexo no espelho não significa nada, mas logo abaixo, os dedos que se dobram parecem estar em câmera lenta. Andar quase se torna um martírio. Um pé após o outro. Um. Depois outro. Essa melancolia que reveste o ar, abafa os sons, enrreda o coração. Tléck, a luz se apaga e a escuridão atrás é a mesma logo a frente.

A dor equalizada perfeitamente para não matar. Tortura. Ela não pode morrer. 

Como um verme infeliz arrasta-se à janela. Lua minguante, imprópria para feitiços do amor. E o que é próprio, além dos nomes fúteis?

Se tudo se desfaz, se tudo é uma fase - ela pensa - esta também passará. 

Mas não se esqueça que a dor é intermitente! - a vózinha sílfide irritante.

É possível visitar as entidades insanas e voltar?

Qual o limite da dor?

Os mestres dizem que quando se está no limite ainda restam 10% de forças. Isso para tudo.

Nos infinitos 10% busco teus olhos rasgados. Xamânicos. Nos imensuráveis 10% os diálogos curtos. 

Esperança.

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Mesmo que siga sozinha. Não estou sozinha.