quinta-feira, 4 de abril de 2024

Gustav, but not Klint

 - Nao pode tocá-lo sem guia!

Avancei em direção a ele e assim que minhas mãos tocaram seu rosto, senti um puxão violento que me arremessou para longe do grupo de pessoas que o cercava.

- Te amo, nada me importa! Nao tenho medo de nada!

- Ela está sem guia, nao a deixem tocá-lo de novo - vi quando seu olhar altivo desapareceu atrás de homens altos, que estreitaram sua segurança.

A luminosidade azulada da manhã avançava lenta através de ambientes envidraçados.

Festas de mortos e vivos sempre foram um problema! Vivos querendo comunicar-se, mortos querendo justificar-se.

Gritei ao ver o homem que amava ser afastado de mim contra minha vontade. Chorei enquanto tentava a todo custo seguir o grupo através de vidraças e obscuros jardins gramados.

Meu amor não era humano. A cor de sua pele gritava a todos que era estrangeiro, de um lugar distante. As feições exóticas lhe davam um ar sobrenatural, que fazia tremerem humanos.

Vao tirá-lo de mim. 

Não o vi lutar, nem desesperar. O unico olhar que me dirigira em meio àquele pesadelo fora de resignaçao, como se aceitasse a separação, como se aceitasse deixar-me por toda sua vida, em nome de quaisquer fossem os ideais daqueles seus adoradores humanos.

- Toco em você sem guias - ouviu? Ouviram? - Sou toda dele, fui possuída por ele..!

Urrei, mas todos estavam longe, e com o dia amanhecido, só me restava planejar vingança.




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Mesmo que siga sozinha. Não estou sozinha.