As chamas cozinhavam um grupo de eucaliptos, e ao longe, de dentro da lancha, observávamos em silêncio a fumaça avançar entre as arvores, uma a uma, enrolando-se aos troncos em sinistros anéis cinzentos, para em seguida, subir ao céu.
As noites na região da ilha costumavam ser tao escuras, que se dizia por ali que eram “planas”, transformavam as dimensões - bem conhecidas à tantos - em uma massa negra que interrompia jornadas, fossem quais fossem, até o raiar do próximo dia.
A visao parecia rodar em frames lentos - onírico sinal do fim. A lagoa, ainda que imensa em proporções, misteriosamente não refletia o brilho do horror em suas aguas. A noite hermética sugava a tudo, e a dança hiptonica das labaredas prender-nos-ia para o eterno.
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