Enquanto você participa dos teus negócios escusos no inferno, vou até a boate do mesmo.
Lá beijo garotas ao longo de toda a madrugada tenebrosa. Elas sentam no meu colo, sobre o sofá de veludo negro e oferecem os lábios rubros. Suas jóias espalhafatosas tilintam enquanto as agarro pelo pescoço mergulhada nos mais delirantes aromas.
Quando a música acaba, pulamos cadáveres aqui e ali, em direçao as portas metálicas da saída: tudo escuro. No limbo é sempre noite.
Despeço-me das garotas e subo na carruagem de cavalos negros.
Ao cruzar o enorme portão da propriedade, encontro você. Olhos postos no chão, com mantos a cobrir-lhe todo.
Grito seu nome
- Schneider!
Teus olhos se erguem e a expressão mantêm-se pétrida.
Viro para frente enquanto me recordo que não nos falamos mais. Faço os cavalos galoparem com um estalo de chicote. Teus negócios acabaram por hoje. Os meus também.
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