sábado, 31 de dezembro de 2022

Sal

“Do que gosto mesmo é o sal, do sal que gruda na pipoca” ponderava Doralice com uma das mãos enfiadas no balde de pipoca e o corpo todo escondido debaixo das cobertas da cama. “Nunca vou gostar de pipoca, gosto mesmo do sal”, constatou por fim, apoiada sobre um único cotovelo.
Ao mesmo tempo que refletia sobre os grãos de milho, seu pensamento, num percurso absurdo, fazia comparações entre pessoas. “Não seria justo com o comparado”, parou. Retomou: “não seria justo com ELE!”. 
Ela tentava encontrar uma forma de mencionar detalhes importantes mas não queria comparar abertamente. “Deve ter uma forma mais inteligente de fazer isso..”
Doralice chegou a conclusão que era melhor ficar em silêncio (pelo menos a principio) e guardar os detalhes e diferenças para si.

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Mesmo que siga sozinha. Não estou sozinha.