Pessoas tornam-se escritoras porque a realidade lhes foi impiedosa. Apatriadas, desgarradas, debulhadas pela vida e a sociedade, terminam atiradas junto a uma pilha de sabugos, e, caso ainda queiram viver, descobrem que sua última chance está em mergulhar dentro de si.
Autores escorregam sobre sua lama viscosa, caminham em seus infernos remotos, peregrinam dentro de cada pedaço de seus corpos em busca de imagens, sensações, lembranças e do próprio futuro.
Através das palavras alijam suas dores e seguem viagem inclusive se externamente estiverem à beira da morte. Escritores são xamãs para si mesmos e para outros. As luzes de suas aventuras iluminarão para sempre as sendas da desesperança e do desamparo, guiando todos aqueles que chegarem aos caminhos de dentro.
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